Em 1893 o imigrante Italiano Angelo Pivetta constrói a residência da família na localidade da Linha 1 em Vale Vêneto, atualmente distrito de São João do Polêsine – RS.
A casa era no formato retangular com dois pavimentos, característica das casas de imigrantes Italianos da região.
O método construtivo utilizado foi a alvenaria de pedra, técnica confeccionada com pedras, encontradas no local, aglutinadas entre si por meio de uma argamassa, que na época, foi utilizado o barro para esta função.
Segundo relatos das memórias dos bisnetos de Angelo Pivetta, a casa era onde passavam as férias escolares e aconteciam as festas de final de ano da família.
Existe a lembrança de irem para lá moer cana, pois na área externa da casa, em frente a fachada sul, havia um engenho de tração animal para moagem.
Nesta área ainda existe um tanque onde os animais bebiam água e as crianças brincavam nos dias quentes.
O segundo pavimento da casa, tinha 2 dormitórios e o restante do andar, sua grande maioria era utilizada como depósito para armazenamentos e secagem dos grãos (milho, feijão, amendoim, trigo…).
O pavimento térreo possuia despensa, 3 dormitórios, sala de refeições e cozinha.
Na despensa era produzido vinho e vinagre, em pipas de madeira, e um alambique para produção de cachaça.
Angelo Pivetta em 18 de maio de 1929, junto a um grupo de imigrantes. Comemoração do cinquentenário da 1 missa rezada em Vale Vêneto (foto: Museu do Imigrante Italiano Eduardo Marcuzzo – Vale Vêneto)
Foto do livro de registros da igreja católica, página com os nomes de Angelo Pivetta e seu filhos.
Angelo Pivetta, nasceu em 06/01/1851 em Piavon, província de Treviso – Itália, casou a 15/11/1874 em Chiarano, província de Treviso – Itália, com Luigia Stefanello, nascida en 11/01/1850 em Gorgo al Monticano, província de Treviso – Itália. Ângelo Pivetta faleceu a 19/08/1929 e Luigia faleceu a 30/08/1922, ambos em Vale Vêneto.
Tiveram 6 filhos: Enrico Pivetta, Josefina Pivetta, Maria Pivetta, José Pivetta, João Batista Pivetta, Regina Joana Pivetta.
Fotos de 2022, ruínas da casa.
A casa foi ocupada até 1971, quando após o falecimento da sua esposa, o filho mais novo de Angelo Pivetta, João Batista, com 84 anos, se mudou com 2 filhas, que moravam com ele, para a parte mais urbanizada de Vale Vêneto.
Infelizmente a casa não resistiu ao tempo, sem manutenção, o telhado foi afetado por intempéries, o barro das paredes não suportou as infiltrações e a casa aos poucos foi ruindo.
Suas madeiras de lei, serradas a mão, foram retiradas e usadas em outras obras ou mesmo para lenha, restanto apenas ruínas.
Agradecimentos:
Os registros fotógraficos da casa foram feitos em 1979, por Irene de Figueiredo Santos, para o livro – Assim vivem os italianos 4 Arquitetura da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul do Arquiteto Júlio Posenato. Nosso agradecimento especial ao Sr. Júlio Posenato.
Agradecemos também a família Pivetta, filhos de Lino Pivetta, bisnetos de Angelo Pivetta que contaram suas lembranças e vivências na casa.